quinta-feira, 23 de junho de 2011

"Somos adoradodes do medo?" - Ricardo Rocha.

Aprendemos que é possível estar nu sem tirar a armadura. Acordamos pra nos proteger e andamos com muito cuidado. Mas nao se engane. Somos corajosos. Temos a bravura de recusar a felicidade, de deixar passar a intensidade e conseguimos andar com admiravel habilidade no escuro. 

Nossa couraça histórica nos faz esquecer do frio que sentimos por dentro de nosso vazio.
Desenvolvemos a incrível capacidade de viver fazendo tudo que nao queremos com um sorriso que nao demos.

Aprendemos tudo sobre o perigo que nem fazemos questao de saber qualquer coisa sobre o que não é risco.
Deixamos de viajar porque pensamos que temos que voltar e nem damos o próximo passo pq conhecemos bem onde estamos. Como sentir falta do que nao lembramos?

Vc lembra da alegria de mergulhar?

Da liberdade de nao ter que ligar, de nao ter que voltar, de escolher ficar ate qdo quiser?
A dúvida é o medo de smoking.
Gostamos de chamar as coisas do que não são e promovemos meias verdades pra verdades inteiras.
Te digo do fundo do meu coração: tudo que vem da mente é ilusão.

Na hora do baile é recomendável entrar sem cérebro. Ele não está preparado pra música.
Calma, uma dose de "E se..." pode salvar sua vida de ser um peso.
Uma pequena violação das normas de segurança pode te dizer que um minuto bem vivido é um minuto bem vivido. Nao depende de um nome, de uma classificação, de um rótulo, de uma análise.
Atividades cerebrais... São necessárias?

O cérebro é o chefe do departamento de segurança. O coração é a bússula.

Viver de verdade exige uma única missão: sobreviver na selva gelada, escura e muito bem estrturada das verdades históricas pra chegar no portal não sinalizado, sem indicações e com nenhuma instrução da dimensão do que não tem lógica, nem começo nem fim onde mora a criança que tá aí dentro louca pra ver o que é aquela tomada pq não sabe o que é choque. Feliz com cada movimento pra deixar o berço. A criança nao vive no quadrado, no retângulo da cerca. Ela escala pq não sabe o que é pensar em cair. Não espera autorização pra explorar a casa.

Não sabe o que é o amor. Pq o amor não é pra se saber. Ele apenas é.

A criança toda, com cada célula é o próprio amor.

E de amor somos feitos. E tudo de ruim que fazemos é em nome do medo. E tudo de bom que carregamos é em nome do amor.

Olha ali: só tem um caminho. O caminho do medo. Lá ele te diz onde a estrada vai dar, quem vai estar lá, quais são os riscos e vc consegue muitas explicações razoáveis. Mas deixa eu te dizer uma coisa: apesar da estrada seguir por uma direção única sem nenhuma bifurcação, existe o caminho do amor. Não dá pra ver?

Não. Ver pra que? O caminho do amor é quando a gente tira o pé do chão e voa...

Ricardo Rocha.

Foto: Google

Nenhum comentário: