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Terça-feira, 13 de Setembro de 2011
Colheita
Eu procurava o amor em
jardins de cactus. Vinha buscando o fruto em árvores erradas, e nas
mordidas sentia o gosto azedo, que amarga no fim da boca. Colhi amores
podres, comidos pelo tempo e dor.
Foi
preciso paciência – e um outro tempo – amadurecendo um fruto para
colhê-lo doce, suave, terno e delicado. Simples como naturalmente é.
Eu
imaginava haver segredos por trás dos espinhos. Mas é puro acaso que
amores e espinhos se encontrem em botões abertos ou fechados. A rima
entre amor e dor é armadilha.
O verdadeiro fruto está ao alcance das mãos – mas é tão rasteiro, que quase não se vê. É preciso passear sem fome para enxergá-lo redondo, vermelho. Para então mordê-lo distraído como numa tarde de chuva.
O verdadeiro fruto está ao alcance das mãos – mas é tão rasteiro, que quase não se vê. É preciso passear sem fome para enxergá-lo redondo, vermelho. Para então mordê-lo distraído como numa tarde de chuva.
Cris Guerra.
Um comentário:
Lindo isso... Já li em algum lugar, mas não me lembro onde. A cri super combina com a cereja e super combina com a lis. Que a amizade floresça dia após dia!
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