O Minimalismo da Chanel Foto: reprodução |
Quem nunca ouviu a célebre frase "menos é mais"? Endossada e
difundida pelo arquiteto alemão Mies van der Rohe, ela sintetiza a
necessidade da busca pela essência construtiva, eliminar excessos e se
ater somente à real necessidade. É uma construção sem firulas ou
exageros, pela abolição da estética desnecessária.
O arquiteto holandês Gerrit Rietveld adotou a estética minimalista em suas peças de design. E na história recente o arquiteto japonês Tadao Ando simplificou suas formas e priorizou a funcionalidade. No Brasil, o renomado arquiteto Paulo Mendes da Rocha defende o caráter minimalista de suas construções, o que o transforma num dos principais - e mais premiados - arquitetos dos últimos tempos.
Mas é na moda que o minimalismo se reinventa e pode ser colocado em prática. Mais do que tendência, essa vertente - muitas vezes questionada por sua falta de comprometimento estético - vem se tornando cada vez mais uma filosofia para muitos estilistas, e sendo seguida por cada vez mais consumidores, que antes torciam o nariz para essa falta de ornamentação tão incomum na mulher brasileira.
Após uma overdose de tendências ligadas aos anos 80, chegou a vez da sobriedade dos anos 90. É nesse momento que entra o minimalismo, contraponto do tal exagero oitentista. O espanhol Cristóbal Balenciaga foi o precursor do minimalismo na moda, mas o estilista austríaco Helmut Lang se tornou mestre ao se aprofundar na vertente. No início da década de 90 ele se reafirmou com uma estética mais lapidada, com o uso de poucas cores, tecidos e formas mais rígidas. Na época, suas criações exalavam rigor e austeridade.
Atualmente, uma das maiores expressões da corrente minimalista vem justamente de um brasileiro, o estilista Francisco Costa, que comanda a marca Calvin Klein há 7 anos. Suas coleções exibidas na New York Fashion Week beiram a conceitualidade impraticável, mas sua proposta final é sempre atribuída a um minimalismo sofisticado, com corte elaborado e caimento impecável.
Além dele, as últimas coleções apresentadas nas semanas de moda foram repletas de referências minimalistas. Michael Kors, Donna Karan, Celine, Comme des Garçons, Stella McCartney e até mesmo o oposicionista a toda essa corrente, Marc Jacobs, também ensaiou uma estética mais minimal.
No Brasil, muitos estilistas usam o minimalismo como palavra de ordem. Huis Clos segue uma versão clássica. Tufi Duek adota o uso de tecidos tecnológicos. Osklen aposta em opções utilitárias e com estética cool. Maria Bonita estende a uma linhagem romântica e feminina. E Gloria Coelho eleva para modelagens mais arquitetônicas e futuristas.
Independente da marca ou estilo, o desejo da simplicidade surge da aversão ao exagero. Depois de temporadas de ostentação, finalmente faz-se o caminho inverso. E não adianta dizer que o minimalismo é resultado de recessões econômicas, ou fruto de uma entressafra criativa. Ele vai além.
Às vezes, a moda precisa de um sopro de minimalismo, um ar fresco, um momento de sobriedade para que ocorra alguma reinvenção. Que excessos sejam aparados para que possamos valorizar o belo, despido de qualquer informação desnecessária. Por Thereza Chammas.
O arquiteto holandês Gerrit Rietveld adotou a estética minimalista em suas peças de design. E na história recente o arquiteto japonês Tadao Ando simplificou suas formas e priorizou a funcionalidade. No Brasil, o renomado arquiteto Paulo Mendes da Rocha defende o caráter minimalista de suas construções, o que o transforma num dos principais - e mais premiados - arquitetos dos últimos tempos.
Mas é na moda que o minimalismo se reinventa e pode ser colocado em prática. Mais do que tendência, essa vertente - muitas vezes questionada por sua falta de comprometimento estético - vem se tornando cada vez mais uma filosofia para muitos estilistas, e sendo seguida por cada vez mais consumidores, que antes torciam o nariz para essa falta de ornamentação tão incomum na mulher brasileira.
Após uma overdose de tendências ligadas aos anos 80, chegou a vez da sobriedade dos anos 90. É nesse momento que entra o minimalismo, contraponto do tal exagero oitentista. O espanhol Cristóbal Balenciaga foi o precursor do minimalismo na moda, mas o estilista austríaco Helmut Lang se tornou mestre ao se aprofundar na vertente. No início da década de 90 ele se reafirmou com uma estética mais lapidada, com o uso de poucas cores, tecidos e formas mais rígidas. Na época, suas criações exalavam rigor e austeridade.
Atualmente, uma das maiores expressões da corrente minimalista vem justamente de um brasileiro, o estilista Francisco Costa, que comanda a marca Calvin Klein há 7 anos. Suas coleções exibidas na New York Fashion Week beiram a conceitualidade impraticável, mas sua proposta final é sempre atribuída a um minimalismo sofisticado, com corte elaborado e caimento impecável.
Além dele, as últimas coleções apresentadas nas semanas de moda foram repletas de referências minimalistas. Michael Kors, Donna Karan, Celine, Comme des Garçons, Stella McCartney e até mesmo o oposicionista a toda essa corrente, Marc Jacobs, também ensaiou uma estética mais minimal.
No Brasil, muitos estilistas usam o minimalismo como palavra de ordem. Huis Clos segue uma versão clássica. Tufi Duek adota o uso de tecidos tecnológicos. Osklen aposta em opções utilitárias e com estética cool. Maria Bonita estende a uma linhagem romântica e feminina. E Gloria Coelho eleva para modelagens mais arquitetônicas e futuristas.
Independente da marca ou estilo, o desejo da simplicidade surge da aversão ao exagero. Depois de temporadas de ostentação, finalmente faz-se o caminho inverso. E não adianta dizer que o minimalismo é resultado de recessões econômicas, ou fruto de uma entressafra criativa. Ele vai além.
Às vezes, a moda precisa de um sopro de minimalismo, um ar fresco, um momento de sobriedade para que ocorra alguma reinvenção. Que excessos sejam aparados para que possamos valorizar o belo, despido de qualquer informação desnecessária. Por Thereza Chammas.
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